E-commerce no Brasil representa apenas 5% e tem muito para crescer após o Coronavírus
Última atualização: 23/08/2021
Com quase dois meses de quarentena, muito se pergunta em como o e-commerce e o varejo brasileiro estão se comportando e muitas questões rondam a cabeça dos empreendedores: qual foi o balanço do primeiro mês de quarentena? Só a minha categoria teve impacto? Qual será o futuro do e-commerce?
Por conta disso, convidamos Tiago Baeta, fundador do E-commerce Brasil, projeto do qual a Real Trends é mantenedora, para trazer um panorama de como o mercado se comportou e quais serão os próximos passos do e-commerce diante da pandemia do Coronavírus.
Qual foi o impacto da pandemia de Coronavírus no e-commerce?
Baeta começa dizendo que os 10 primeiros dias foram de susto, causando até um pânico nos vendedores. Afinal, eles tiveram que encarar uma nova situação, mas que com criatividade e empenho conseguiram se equilibrar, principalmente no e-commerce. Já no varejo esse equilíbrio pode demorar um pouco mais, já que a maioria ainda não conseguiu equilibrar as contas porque as lojas físicas estão fechadas.
Porém, ele é otimista e acredita que isso facilitou o aceleramento digital no país: “não tenha dúvidas de que a gente está acelerando todo o processo de digitalização, todo o processo de e-commerce sai muito mais forte dessa crise. Não só o e-commerce, mas como a experiência do varejo como um todo. Para o lojista eu acredito que a longo prazo isso vai ser positivo porque está encontrando outras formas de vender. Ele ficava muito dependente do físico. Eu tenho comentado que acho que todo mundo perdeu um pouquinho, mas a longo prazo acredito que isso vai ser muito bom para a economia”.
Com a pandemia também veio um novo cenário, já que muita gente viu no e-commerce a oportunidade para continuar com seus ganhos. Com isso, aumentou o número de pessoas que vendem online. Quando perguntado se o e-commerce suporta essa quantidade de novos vendedores, Baeta é enfático e afirma que os números do comércio eletrônico no país representaram um crescimento em torno de 20% em 2019, ficando na casa dos R$ 90 bilhões em vendas. Porém, se olhar o número bruto, isso equivale a apenas 5% do e-commerce.
“É 5% há algum tempo. O Brasil teve o menor PIB digital da América do Sul. Os resultados do Brasil de e-commerce são muito ruins, a gente tinha uma concentração em São Paulo absurda e talvez 5 anos atrás metade das vendas eram em São Paulo. Na última Black Friday a região que mais cresceu foi o Nordeste. Então, o e-commerce tem uma coisa muito romântica e bacana que é você democratizar o acesso ao consumo. Tem regiões do país que não têm acesso a alguns tipos de produtos e agora estamos descentralizando, mas os números do Brasil são 5% contra 20% da China”, reforça o fundador do E-commerce Brasil.
Dessa forma, o e-commerce ainda tem muito para ser explorado no Brasil com espaço para crescer e inovar, uma vez que cerca de 20% das compras nesse período foram feitas por novos compradores.
Qual será o futuro do e-commerce depois da pandemia?
Como toda crise, ela também tem o seu lado positivo e faz com que os empreendedores se reinventem e descubram novas formas de trabalhar. Segundo Baeta, o mercado brasileiro é um dos mais maduros de e-commerce e nós temos um ecossistema muito forte com fornecedores em todas as frentes, além de um mercado consumidor imenso.
Otimista com o futuro do e-commerce, ele reforça que apenas estamos aprimorando coisas já existentes. “Não acredito que a gente esteja mudando nada, mas sim que está acelerando coisas que estávamos segurando, como telemedicina, home office e o próprio e-commerce. O digital talvez é o que mais vai ganhar com isso tudo. Então, qualquer comerciante, varejista, empreendedor e indústria tem que olhar o digital em primeiro lugar. O cara que não está online tem que começar de algum jeito, começar através do marketplace, via Whatsapp. Para quem já está online vai voar nisso e cada vez mais a gente vai ter menos representatividade do varejo físico, com ele sendo usado mais de forma estratégica do que para a venda em si”, complementa Baeta.
O fundador do E-commerce Brasil também fala sobre logística, as categorias que tiverem um crescimento surpreendente no Mercado Livre, a uberização das entregas com o aumento do delivery e como estar preparado pode fazer a diferença. Confira a entrevista na íntegra:
Aproveite essas dicas e inove a sua estratégia. Afinal, tem um mundo para ser explorado no e-commerce! Se ainda não vende no Mercado Livre, aproveite e baixe a nosso guia. #EcommerceRT